Qual A Teoria Proposta Por Lamarck Qual A Principal Falha

A teoria da evolução proposta por Jean-Baptiste Lamarck, fundamental para o desenvolvimento do pensamento biológico, ofereceu uma explicação sobre a transformação das espécies ao longo do tempo. O presente artigo visa analisar a essência da teoria lamarckista e destacar a principal falha que levou ao seu declínio frente à teoria da seleção natural de Charles Darwin. A compreensão das limitações da teoria de Lamarck é crucial para apreciar o progresso subsequente na biologia evolutiva e para entender o funcionamento da hereditariedade.

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Teoria Da Lei Do Uso E Desuso - Lei de Partilha

A Teoria da Herança dos Caracteres Adquiridos

A teoria de Lamarck, apresentada principalmente em sua obra "Philosophie Zoologique" (1809), baseia-se em dois princípios fundamentais: o uso e desuso de órgãos e a herança dos caracteres adquiridos. O primeiro princípio postula que os órgãos que são utilizados com frequência tornam-se mais desenvolvidos e eficientes, enquanto aqueles que não são utilizados atrofiam. O segundo princípio afirma que as modificações adquiridas durante a vida de um organismo em resposta ao ambiente podem ser transmitidas à sua descendência. Um exemplo clássico utilizado para ilustrar essa teoria é o desenvolvimento do pescoço das girafas: Lamarck argumentava que as girafas, ao esticarem seus pescoços para alcançar folhas nas árvores mais altas, transmitiam essa característica adquirida aos seus descendentes, resultando em um pescoço cada vez mais longo ao longo das gerações.

O Papel do Ambiente na Evolução Lamarckista

Na visão lamarckista, o ambiente desempenha um papel central na evolução das espécies. As mudanças ambientais impõem necessidades aos organismos, forçando-os a adaptar-se para sobreviver. Essa adaptação ocorre através do uso e desuso de órgãos, e as mudanças resultantes são herdadas pelas gerações seguintes. Portanto, a evolução é vista como um processo direcionado, impulsionado pela necessidade de adaptação ao ambiente. Diferente da visão darwinista, a teoria lamarckista implica uma certa "vontade" ou "esforço" do organismo em se adaptar, o que confere um caráter teleológico à sua concepção evolutiva.

A Principal Falha

A principal falha da teoria de Lamarck reside na sua postulação da herança dos caracteres adquiridos. Com o advento da genética mendeliana no século XX, demonstrou-se que as características hereditárias são transmitidas através de genes localizados nos cromossomos. As mudanças que ocorrem no corpo de um organismo durante sua vida, como o aumento da massa muscular devido ao exercício físico ou a perda de um membro por acidente, não alteram a informação genética presente nas células germinativas (espermatozoides e óvulos) e, portanto, não podem ser transmitidas à descendência. O dogma central da biologia molecular, que descreve o fluxo de informação genética do DNA para o RNA e deste para as proteínas, reforça a ideia de que as mudanças somáticas (no corpo) não afetam o DNA germinativo e, portanto, não são herdáveis.

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Implicações e Legado da Teoria de Lamarck

Apesar de sua principal falha, a teoria de Lamarck teve um impacto significativo no desenvolvimento do pensamento evolutivo. Foi uma das primeiras tentativas de explicar a transformação das espécies ao longo do tempo, e sua ênfase no papel do ambiente na evolução influenciou outros naturalistas, incluindo Charles Darwin. Além disso, o conceito de "uso e desuso" dos órgãos, embora não totalmente correto em sua formulação original, antecipou a importância da plasticidade fenotípica, a capacidade dos organismos de alterar suas características em resposta ao ambiente. Hoje, a epigenética demonstra que alterações na expressão gênica, sem alteração da sequência do DNA, podem ser transmitidas à descendência em certas condições, o que sugere uma forma limitada de herança de características adquiridas, resgatando parcialmente a importância da interação gene-ambiente na evolução.

A principal diferença reside no mecanismo de evolução proposto. Lamarck defendia a herança de características adquiridas por meio do uso e desuso, enquanto Darwin propôs a seleção natural, onde indivíduos com variações vantajosas têm maior probabilidade de sobreviver e reproduzir, transmitindo essas características à sua prole.

A genética mendeliana demonstrou que as características hereditárias são determinadas por genes localizados nos cromossomos. Mudanças que ocorrem no corpo de um organismo durante sua vida não alteram a informação genética nas células germinativas, e portanto, não podem ser transmitidas à descendência.

Sim, o conceito, embora não na forma lamarckista original, inspirou o estudo da plasticidade fenotípica, a capacidade dos organismos de alterar suas características em resposta ao ambiente. A epigenética também demonstra que alterações na expressão gênica podem ser transmitidas em certas condições.

Embora a herança dos caracteres adquiridos, no sentido estrito proposto por Lamarck, tenha sido refutada, a epigenética e a plasticidade fenotípica mostram que a interação entre o organismo e o ambiente é mais complexa do que se pensava, e que o ambiente pode influenciar a hereditariedade de maneiras sutis.

Lamarck foi um dos primeiros a propor uma teoria da evolução, fornecendo uma alternativa às explicações criacionistas da época. Ele também enfatizou o papel do ambiente na evolução, o que influenciou outros naturalistas e abriu caminho para o desenvolvimento da ecologia e da biologia evolutiva.

Sim, a teoria de Lamarck é ensinada como um importante momento histórico no desenvolvimento do pensamento evolutivo. O estudo de sua teoria e suas limitações permite aos alunos compreender melhor a teoria da seleção natural de Darwin e o progresso da biologia.

Em suma, a teoria de Lamarck, embora inovadora para seu tempo, demonstra-se falha na herança dos caracteres adquiridos, ponto crucial desmentido pela genética moderna. A importância de seu legado reside em ter instigado o debate sobre a evolução e a transformação das espécies, pavimentando o caminho para o desenvolvimento de teorias evolutivas mais precisas, como a de Darwin. Futuros estudos poderiam se concentrar na exploração das bases moleculares da plasticidade fenotípica e da herança epigenética para elucidar ainda mais a complexa interação entre genes e ambiente na evolução.